quarta-feira, 10 de julho de 2013

A madrugada ataca


A madrugada é receptáculo de tudo que vaga
De tudo que paira, de tudo o que há

A madrugada guarda gozo e melancolia
É selvagem e segura sem ser contraditória, é carnaval no fim do dia
Despeja suas lástimas como açoite nos corpos culpados

A madrugada salta a janela do meu quarto
Quebra a vidraça, rasga multidões
Espalha seu coro por sobre os rojões do céu estrelado
Trabalho pintado da cor de morfeu

A madrugada devassa me encobre
Protege somente seus filhos
Do lado da cama me deito
Espero o refreio do clima neon...
Castigo a alvorada, mergulho na graça da morte do som.


Luzia e Bruno Cruz

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