domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ao meu homem


Não somos idênticos, somos exatos na nossa dissimetria, desproporcionais e inversos.
Eu sei a sua medida, eu caibo em você. Depois de uma dia engraçado, eu disse olhando para uma constelação qualquer que você era meu, você riu desdenhando do que eu disse, não acreditara. A verdade é que você é meu, mesmo que não saiba e não queira, mesmo que não seja, mesmo que seja só para mim. Eu caibo em você. Um dia você discorda de mim o tempo inteiro e eu não concordo com nada que você diz, no outro somos uma coisa só, não há nada que eu diga que você não grite "eu também". Quando você quer me abraçar eu recuso, quando eu quero você, você não vem, quando eu digo eu te amo você ignora, quando você diz quem não quer saber sou eu. Dentro de nossas obviedades e idiossincrasias, o que temos de mais forte em comum é o amor, eu você somos dois eternos apaixonados, um pelo outro, pela vida, por nosso amores tantos, pela planta, pela criança da praça, pela mulher da rua, pelo artista, por aquela música.  Eu caibo em você e você cabe em mim, eu sempre coube, desde aquele dia que nós nos cumprimentamos pela primeira vez, eramos "pequenos" e cabíamos um dentro do outro, crescemos juntos, aumentamos nossa alma e ainda nos encaixamos, como peças de lego, como quebra-cabeça, nenhum milimetro a menos. Nós tortos, eu para um lado e você para o outro, iguais nas nossas diferenças, exatos na dissimetria.
Isso se parece com uma carta de amor e é, de amor entre amigos. Ao meu melhor amigo, você.

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